segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Pura Magia!...

Há dias em que nos acontecem coisas mágicas, momentos em que vivemos e sentimos verdadeira magia. Ontem foi um deles!

Quando a minacamina e o francisquinho eram mais pequeninos, especialmente em fases difíceis por que passámos nas nossas vidas, pelos mais variados motivos participávamos em muitas atividades culturais. Desde workshops ou simples visitas a bibliotecas (com direito a reservas semanais de livros, porque é importante aprender que não temos de os comprar para os podermos apreciar), a concertos, peças de teatro, visitas a museus, passeios em jardins com ou sem feiras, enfim... tudo o que estivesse ao nosso alcance, tudo o que coubesse na nossa agenda e nos alimentasse o espírito. Umas vezes porque era gratuito, outras porque era muito interessante, outras porque seria um estímulo importante, outras para estarmos ocupados fora de casa (objetivo terapêutico), outras para convivermos, outras para nos inspirarmos, para criarmos e alimentarmos hábitos culturais, para sensibilizar as crianças para todo o tipo de artes, enfim... pelos mais variados motivos.
Eles gostavam bastante mas, à medida que foram crescendo, começaram também a querer parar. A querer estar mais em casa.
Chegou a acontecer uma situação caricata, típica do francisquinho. Num dia em que tivemos a visita de uma amiga da minacamina, depois de a convidarmos para ficar mais um pouco para jantar ela acabou por recusar porque os pais queriam que ela regressasse a casa para poderem sair em família. O francisquinho, ao ouvir esta justificação perguntou: "Vais a um concerto?", ao que ela respondeu com estranheza: "Um concerto?! Não! Os meus pais não são dessas coisas!!!". Ele retorquiu em jeito de desabafo: "Que sorte que tu tens! A minha mãe está sempre a querer levar-nos a concertos!". Tive de me conter, para não rir à gargalhada, numa primeira reação. Mas na verdade, depois fiquei a pensar naquilo, como sempre. É passado um bocado que me vêm os pensamentos profundos... mas afinal que tipo de mãe sou eu, que "obriga" as crianças a ir a concertos e eventos culturais, sem respeitar as suas vontades e interesses simples de criança, de ficar em casa a ver filmes, brincar e, muitas vezes... só vegetar?! Até me senti culpada.
Para além disso, à medida que foram progredindo na escola, também foi havendo menor disponibilidade. Os trabalhos de casa, as festas de aniversário e as outras atividades que vão tendo acontecimentos festivos também ao fim de semana, sobretudo nos finais de períodos letivos.
Com isto tudo fomos fazendo menos este tipo de coisas. E agora, mesmo quando as vejo publicitadas penso com uma certa nostalgia, que talvez já não sejam bem para nós...

Mas eis se não quando, num momento de reencontro com uma boa amizade antiga, recebemos um convite para um workshop. Sobre um autor fantástico, que graças à Titi (como sempre), nos acompanha desde bem pequeninos, e de quem tanto gostamos - Eric Carle. E num lugar que a minha imaginação já tinha construído de tantas maneiras, porque há muito que desejava conhecer mas ainda não se tinha proporcionado.
Aceitei o convite na hora, cheia de expectativas! Mas não fiz grande propaganda cá por casa... ah, e tal, "...vamos a um lugar que vocês vão gostar muito!". Adoro criar expectativas!!!
Ao acordar o francisquinho desvendei apenas um bocadinho da surpresa. Ele insistiu tanto: "Mas afinal onde vamos, mãe?", que eu acabei por lhe dizer: "Vamos a um lugar muito bonito, conversar sobre o Senhor que escreveu estes livros...". E pus em cima da sua cama os livros que temos cá em casa: A lagartinha muito comilona, O Artista que pintou um cavalo azul e Queres brincar comigo.
  

Bem, começo por perceber que, apesar de os reconhecer de imediato o francisquinho já não se lembrava muito bem das histórias e por isso quis lê-los a todos, sozinho e com muita atenção. Leu e foi comentando, sobretudo o Artista que pintou o cavalo azul! E nessa altura eu pensei como é bom revisitar os livros que já lemos tantas vezes mas há muito tempo, porque vamos explorando outros e às vezes parece que já não têm interesse, mas têm! Até porque os vimos de outra forma, com outros "óculos", à luz de uma maturidade e razão diferentes. Foi maravilhoso observa-lo assim, à distância, sentado na sua caminha a redescobrir aquelas histórias, agora sozinho e a imaginar coisas diferentes, certamente.
Mas foi quando lá estivemos, naquele lugar tão bonito que é a Casa do Chá "Hipopómatos na Lua" que eu fui percebendo algo ainda mais fascinante. Para além de despertar para alguns aspetos importantíssimos da obra de Eric Carle no que respeita ao contributo para a estimulação do desenvolvimento da criança, para além de conhecer a sua biografia, para além de conhecer vários outros livros seus (e de outros) que não conhecia, para além de ter tido ainda o privilégio de degustar as famosas e maravilhosas iguarias da Nazaré, para além de acompanhar as crianças numa das coisas que mais lhes dá prazer - expressar-se através da arte (pintar, desenhar, moldar, recortar, colar...), para além de estar, em tempo tão rico e bom, tempo tranquilo, de paz, na companhia calorosa de uma boa amiga e de ver os nossos filhos juntos, felizes a brincar... para além de tudo isto, que já é tanto, eu vislumbrei o que chega até a emocionar, de tão especial que é.

Aqueles momentos de leitura e descoberta partilhada de livros bons, que fomos incentivados e ensinados pela Titi a guardar e colecionar no nosso álbum de memórias, foram como que sementes plantadas nos nossos corações. E as suas plantinhas e frutos, têm nascido, nascem e nascerão todos os dias das nossas vidas. Frutos de afeto, de sensibilidade, de conhecimento, de liberdade... frutos que nos alimentam a alma e que sabem a felicidade!
O interesse e o prazer por estes livros, livros-arte, livros-mensagem, livros-objeto, são hoje o veículo e o caminho para estes momentos de magia. Na sua discrição e subtileza, a Titi oferece-nos estas descobertas.
Maurice Sendack

Estou muito grata por este dia. Grata à Titi, que nos ensina tanto e nos acompanha sempre, à Nazaré, por ter tido o privilégio de a conhecer e por nos ter recebido como se recebe em casa, num ninho, e muito grata à minha querida amiga Sónia, por nos ter proporcionado tudo isto!
Este é o meu jeito de agradecer.
Convido todos a conhecerem a Casa do Chá "Hipopómatos na Lua", na Biblioteca de Sintra porque lá faz-se magia! Mesmo!!!



terça-feira, 11 de setembro de 2018

É assim que eles as vivem... as férias!


"Falamos com os olhos e vemos com os dedos,
pensamos em voz alta nos sonhos e nos medos... Nos sonhos e nos medos!"

sábado, 11 de agosto de 2018

São apenas pequenas coisas...

Há um tempo, não sei bem precisar mas talvez uns meses, um amigo pediu-me que lhe fizesse uma lista de pequenas coisas que me irritam no dia a dia. Tratava-se de uma pequena colaboração para um trabalho académico que ele precisava de fazer.
Eu pedi-lhe uns minutos, pensei num dia típico meu e redigi uma lista.

Hoje, encontrei a dita lista por aqui, algures no meio de uns documentos do computador e pensei que poderia ser divertido partilha-la. Não estou ainda de férias mas talvez por estar num ritmo um pouco diferente (férias letivas) já senti estas angústias de outra maneira, com o devido distanciamento. E não é que até me pareceu, de certa forma, divertido?!

Então cá vai aquilo que foi o meu pequeno contributo e que constitui "uma lista de pequenas coisas que me irritam no dia a dia"...
  • A momentânea alteração da perceção do tempo que ocorre naquele momento em que estamos para sair de casa. Aparentemente prontos, eu e as crianças. Só falta mesmo calçar os sapatos e vestir os casacos… mas um lembra-se que precisa do brinquedo, o outro que se esqueceu de uma mochila como equipamento e, com tudo isto, os dois minutos que eu achei que tinham passado transformaram-se em DEZ e estamos super atrasados!!!
  • Quando chego ao carro e percebo que me esqueci do telemóvel em casa e por isso tenho de voltar a subir as escadas, abrir a porta com um pontapé (só porque está mesmo muito empenada) e vou de surdina, mesmo muuuuuuito discreta e silenciosamente busca-lo ao quarto. Vou assim para a mana não se zangar comigo porque não tirei os sapatos. É que se me descalçar perco outra vez mais cinco minutos!
  • Quando, depois disto tudo, chego ao carro e tenho os miúdos aos gritos um com o outro, quase pegados, e tenho eu de dar um grito maior ainda, para os calar de vez!
  • Quando depois deste reboliço, e de ter rezado (muito rapidamente) para não apanhar transito, estou mais não sei quanto tempo à espera naquele cruzamento que tenho de passar, porque não param de aparecer carros dos dois lados.
  • Irrita-me também quando estaciono corretamente o carro à porta da escola do Francisco e alguém, que não o faz, me bloqueia a passagem. Então eu fico muito tempo a buzinar e ninguém aparece e finalmente percebo que era aquela senhora que estava, muito tranquilamente, a despedir-se do seu filho, dentro do recinto da escola com muitos beijinhos, festinhas e abraços, sem se preocupar minimamente com o facto de ter deixado o carro mal parado, a estorvar quem tem 35km para fazer em estradas manhosas!!!
  • Quando depois de tudo isto apanho um trator, um camião ou um daqueles carrinhos muito pequenos para quem não tem carta de condução, que não anda nem deixa andar… e não consigo ultrapassar!
  • Quando finalmente chego, já no red line, não há lugar para estacionar no parque do Centro onde trabalho e por isso tenho de deixar o carro de esguelha, com a porta do condutor entalada que me obriga a fazer uma ginástica muitíssimo exigente logo pela manhã e quase sempre fico suja porque o carro está todo sujo. Ou então acabo por ter mesmo de o deixar no parque de terra batida, que me deixa os pés cheios de lama.
  • Quando começa a chover e eu não trouxe chapéu de chuva. Ou quando está tanto vento naquela terra que eu quase voo (já levantei os pés do chão mais do que uma vez), e tenho de perder o dobro da energia (Kj’s) para me deslocar naquele jogging imenso que tenho de fazer até ao vestiário.
  • Quando depois disto tudo tenho de subir 4 pisos a pé porque os elevadores estão sempre ocupados e eu não tenho mais paciência!!!
  • E no fim, quando me quero fardar tão rápido quanto a assistente do mágico, mas tropeço insistentemente na perna da calça ou não atino com a manga da camisa. E não é inédito ficar com os botões desalinhados!...
   Enfim… as manhãs são quase sempre o pior! Mas há mais...
  • Quando no regresso a casa apanho um transito infernal, está a chover, as escovas fazem tanto barulho que não consigo ouvir o rádio e no túnel, nem consigo distinguir as luzinhas dos stops dos carros todos que tenho à minha frente.
  • Quando entro no carro com o Francisquinho, depois de o ir buscar ao ATL e ele não para de me pedir a música nº2 do CD ou para aumentar o volume do rádio porque não ouve bem!
  • Quando tenho de esperar mais de meia hora, para além do final do treino de karaté ou ginástica da Minacamina, porque ela parece o “Flash” do zootropolis a fazer tudo, nomeadamente a calçar-se para vir para casa!!!
  • Quando chego a casa e tenho de chamar 10 vezes cada filho para tomar banho e 20 vezes para jantar.
  • Quando a fazer o jantar, por tentar fazer tudo tão depressa, tudo me cai no chão ou a comida queima e cola ao fundo do tacho.
  • Quando depois de pôr os miúdos na cama ainda tenho tanto para fazer mas caio para o lado, completamente inanimada, exausta de cansaço!
Bem, são só algumas das pequenas coisas que me irritam e isto parece um horror! O inverno e as complexidades inerentes ao período letivo agravam um bocadinho as coisas, no verão é um pouco melhor... 
Mas há as COLÓNIAS!!! Eh Eh Eh!!! Às semanas, umas a seguir às outras, intercaladas com acampamentos de escuteiros e etc... Mas isso dava outro post!

Enfim, a vida com miúdos é uma loucura. É, sim senhores!!! Mas honestamente, sem eles isto não tem graça nenhuma!



sexta-feira, 22 de junho de 2018

Os miúdos estão de Férias!!! E agora?!...

Com este post arrisco-me a ser considerada tudo, menos original! Afinal, esta deverá ser uma das questões mais frequentemente colocadas pelas famílias de hoje.
Ainda assim, excluindo aqueles que felizmente ainda podem recorrer aos avós ou aos tios que fazem férias desfasadas dos pais, há um grande número de famílias que tem mesmo de recorrer aos ATL e Centros de Estudos, que vão oferecendo algumas soluções, às Juntas de Freguesia ou Câmaras Municipais que também organizam colónias de férias e, normalmente a preços bem mais acessíveis, ou outras entidades que organizam atividades para o período do verão.

Mas, o meu objetivo não era elaborar uma lista das possibilidades que existem ou não para ocupar os dias de verão das nossas crianças, até porque na maioria dos casos, por esta altura, isso provavelmente já estará mais do que resolvido e planeado!
Aquilo a que me referia era à quantidade de programas maravilhosos que há, por aí, para fazer em família e, muitas vezes, totalmente gratuitos!!!

Os dias são grandes, o tempo mais apetecível e as cidades estão cheias de ofertas...
Como nós vivemos aqui na grande Lisboa, passo a partilhar alguns exemplos:

  • CineConchas 2018 Há pelo menos uns dois ou três anos que vamos pelo menos a uma sessão. Normalmente assistimos à projeção do filme infantil, mas há outros que as crianças também já apreciam, dependendo dos filmes e das idades, claro. Vai saber bem levar uma toalha de praia ou manta de picnic para nos deitarmos na relva e qualquer coisinha para ir trincando (frutos secos, pipocas, biscoitos...) e bebendo (sumo ou agua no cantil) para não ser preciso comprar e deitar fora a embalagem. Boa?! 
  • Ainda no cinema... há imensos sítios onde se pode levar as crianças ao cinema no verão, gratuitamente! O "sapo" diz onde!
  • Depois temos música, e da boa! No Largo de S.Carlos, no Chiado, a partir de dia 6 de julho, podemos assistir a espetáculos belíssimos - concertos e bailados. A experiência diz-me que devemos ir bastante cedo para podermos arranjar lugar sentado e por isso também recomendo que se prepare uma merenda/jantar tipo picnic para levar na mochila e depois comer enquanto se aguarda pelo inicio do espetáculo. A organização costuma ser muito prevenida e, noutros anos, ofereciam uns lenços para nos cobrirmos caso sentíssemos frio. De qualquer forma, evitando o desperdício, será melhor levar um casaquinho ou talvez até uma manta para o caso de ficar mais fresco. 
  • Ainda nos programas musicais, temos o "CCB de Verão" , no Jardim das Oliveiras.
  • Depois, no dia 14 de julho, temos o Maria Matos ao Ar Livre 2018. Uma verdadeira festa para famílias!!! No Jardim das Estacas acontece esta maravilhosa festa anualmente e este ano, consta que será ainda mais especial!
  • E levar as crianças a experimentar instrumentos musicais num conservatório?!... Em Julho será possível na Oficina Pais e Filhos do Conservatório de Sintra. Não percam!
  • No Castelo de S.Jorge há também uma série de atividades. Não sendo gratuita, esta é bastante acessível, pelo que eu também gostaria de experimentar! São os "Jogos em Família".
E pronto! São só algumas sugestões!
Haverá muito mais e para todos os gostos. Muitas destas não serão especialmente concebidas para crianças, mas é possível desfrutar de todas elas em família. Eu tentarei ir a algumas!


sábado, 2 de junho de 2018

A subtileza do amor...

Sem motivo aparente, às vezes recebem-se presentes tão especiais, tão surpreendentemente sábios, lindos, bons e até mágicos.
Este foi um deles...

"A minha mãe", com texto de Stéphane Servant e ilustrações de Emmanuelle Houdart, editado pela Orfeu Negro.

Mensagem linda e acutilante! Ilustrações belíssimas, intensas e repletas de simbolismos tão, mas tão pertinentes e importantes!!!



"A minha mãe
Tem o coração
Entre o sol e a noite.
Luminoso como uma lua.
Sombrio como a asa de um corvo."
"A minha mãe tem o amor à flor da pele.
Um jardim inteiro."

Senti que foi feito para mim, por encomenda de alguém que me observa e guia de algures, talvez com uma lanterna como a que surge em todas as ilustrações!
Obrigada mana. ❤


sábado, 19 de maio de 2018

Viva!!!

Sim, estou viva!!!
De vez em quando cá venho, matar saudades e verificar se isto ainda está por aqui...
Sinto sempre uma enorme nostalgia, fico sempre com imensa vontade de retomar este "namoro" mas nunca alcanço a força e determinação para o manter. Na verdade, o tempo também tem sido... não direi pouco, nem nulo, mas negativo!
De qualquer forma, fazendo justiça a um dos meus lemas mais antigos, que diz que "quanto mais fazemos mais conseguimos fazer", desta é que vai ser!

Enfim, deveria começar por uma reformulação de imagem. Já passou tanto tempo, estamos todos tão diferentes!...
A Minacamina está uma adolescente (pode parecer exagero mas eu tenho testemunhas), o Francisquinho está uma "personagem de filme", mas ambos absolutamente deliciosos. Eu?!... Eu estou outra pessoa!
Enfim, isto terá de levar uma volta, uma grande volta. Mas vai levar!

A imagem mudará em breve e as temáticas também terão de mudar.
O blog é sobretudo sobre eles e sobre "o que" e "como" eles me criam/moldam... E como "Eu sou eu e a minha circunstância...", se todos mudámos, o minacamina&francisquinho também terá de mudar!
Mas o objetivo continuará o mesmo: partilhar informação, experiências e tudo o que me pareça que pode ter interesse para as famílias que de alguma forma se identifiquem connosco.

Será que vou voltar a ter visitas? Veremos...
Se antes os comentários me faziam feliz, agora fazem-mo ainda mais! Precisarei muito deles!