terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nostalgia

Estou a queimar os últimos cartuchos da minha licença de maternidade. E como nesta casa há sempre tanto que fazer, arrumar, arranjar, enfim... temos andado como numa verdadeira corrida para a meta final!!!
Presumo que arrumar seja um trabalho aborrecido para toda a gente, mas no meu caso, trata-se de uma tarefa particularmente difícil e demorada. É que, entretanto, eu descubro sempre coisas que me fazem parar para ver com atenção, relembrar as vivências a que se associam, partilhar e voltar a guardar! E depois? Depois fico perdida, entre as memórias do passado e as tarefas do presente. Com tanto que ainda há para fazer, dou por mim a chorar porque me lembro disto ou daquilo, ou porque me confronto com esta minha grande limitação que é desligar-me deste tipo de coisas que, para mim quase que representam pedaços de vida... e, deitar fora qualquer coisa exige quase sempre um processo de luto.
Mas estes reencontros nem sempre são dolorosos. Às vezes também são divertidos.
Nesta última grande arrumação que fizemos cá em casa, uma das coisas que reecontrei foram uns livros de "trabalhos manuais" da minha mãe.
Tratam-se de edições de 1974 e 1975, ilustradas com fotografias a preto e branco de crianças em actividade.
Será que as crianças de hoje ainda fazem este tipo de actividades na escola? Perdoem-me se estou enganada, mas parece-me que não. Actualmente aposta-se muito mais em finanças e tecnologias... acho uma pena!
Estes dois pequenos livros fazem parte de uma colecção bastante completa onde também se podem encontrar "Amassar e Moldar", "Pedras Coloridas", "Bichos de Papel e Cola", Teatro de Fantoches", "Máscaras", "Papagaios de Papel", "Trabalhos de Esferovite", "Bonecos de Papel e Balões", entre outros.
Independentemente da actividade que sugerem, o que os caracteriza é o convite à partilha de conhecimentos e de bons momentos. São introduzidos por um breve texto, de onde destaco: "Vamos, pois, trabalhar juntos: mães e filhos, avós e netos, tias e sobrinhos, irmãs mais velhas e manos pequenos. Pelo Natal, pela Páscoa, nas festa de aniversário, aos domingos e em qualquer dia de semana. Quais os ingredientes a utilizar? Os mais importantes são alegria, ternura, paciência, tempo e compreensão. (...) Também nem todos têm o mesmo jeito. Uns são menos desembaraçados do que outros e é preciso esperar de cada um aquilo que ele pode dar, sem desanimar ninguém (...)". É ou não é uma ternura?!
De "Bolachas e Biscoitos", partilho convosco mais um pormenor que achei delicioso. Espero que gostem!


Imagem: Catarina Cavaco

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