Há muito tempo que não venho aqui e há muito tempo que não o
faço com a devida assiduidade. Mas também não o posso prometer porque,
infelizmente, neste momento não tenho meios para o fazer.
No período da primavera e verão do ano passado fizemos imensas coisas,
muitas delas dignas de se partilhar e divulgar por aqui. Planeio faze-lo à
medida das minhas possibilidades. Prometo!
Desde os crafts,
às atividades com as crianças, aos passeios e eventos culturais, muito temos feito
e descoberto. A titi, por sua vez, sempre que possível, faz o seu registo
fotográfico.
Não costumo publicar imagens tão expostas quanto esta, pelas
razões óbvias, nem tão pouco nítidas porque a fotógrafa costuma ser tão
exigente e perfeccionista que não o permite. Mas a verdade é que a achei ideal
para ilustrar o que eu hoje gostaria de transmitir.
A vida tem-me ensinado muitas coisas, muitas vezes de
maneiras muito dolorosas, diga-se de passagem. Mas uma das lições mais sábias é
que “não há vidas nem situações absolutamente perfeitas” – admito-o!
Lembro-me de debater isto com a minha irmã na minha
juventude. Eu achava que era possível alcançar a perfeição, se não em tudo, pelo
menos em algumas coisas a que nos dedicássemos verdadeiramente. Já ela dizia-me
que não acreditava na perfeição, e que mesmo quando ela é aparentemente
demonstrada, trata-se de uma farsa, porque na verdade ela não existe. Podemos
vivenciar momentos perfeitos, mas eles são como que “eclipses”, que assim como
vêm, vão. E discutíamos isto muitas vezes. Eu vivi muitos anos à procura da
perfeição em tudo o que fazia, mas ao longo do tempo fui-me confrontando com
esta realidade. Por mais que queiramos alcança-la, parece que nunca fazemos o
suficiente para tal. Escapa-nos sempre qualquer coisa, há sempre variáveis que
não controlamos, parece que nunca lá chegamos. Então restam-nos duas opções: ou
frustramos ou nos adaptamos. Eu demorei muito, mas depois de muito frustrar,
resolvi adaptar-me! E isto, na prática, significa o quê? Penso que significa
que devemos valorizar o que temos de muito bom na vida e “atirar para trás das
costas” o que temos de menos bom. Como digo aos meus filhos… “temos tanta
sorte!!!”.
Então, esta imagem serve para assinalar isto mesmo. Para mim
ela é perfeita, porque espelha o que hoje temos de melhor. Cheia de grão, cheia
de luz, desalinhada, tão pouco nítida… tantos defeitos… mas vê-se nela tanta
alegria, tanto afeto, tanto amor. E isso é o que importa na verdade, o amor! Só
o amor constrói momentos felizes e esses são os momentos perfeitos!
Sem comentários:
Enviar um comentário